Gruta do Martinhal (Sagres)

Situada no flanco oeste dos ilhotes do Martinhal esta gruta é uma das mais pequenas de Sagres e apresenta uma topografia pouco complexa com apenas uma entrada principal a 16m de profundidade. A abertura tem mais de 3m e o salão possui cerca de 10m de comprimento. A gruta é, na generalidade, moderadamente iluminada, encontrando-se sujeita à ação das ondas.

Uma vez na gruta o mergulhador poderá apreciar, como na maioria de sistemas desta natureza, três ambientes com influência de diferentes níveis de luminosidade, e com povoamentos biológicos correspondentes. As espécies observáveis são maioritariamente características de áreas semi-obscuras.

Assim, próximo da entrada o visitante encontra a zona G.I que apresenta maior luminosidade e onde se pode encontrar com alguma frequência espécies como o pepino-do-mar (Holothuria arguinensis) e a anémona-joia (Corynactis viridis).

Em seguida, apresenta-se a zona G.II com fauna característica de áreas semi-obscuras, onde abundam corais solitários (Balanophyllia regia) e algumas espécies de esponjas (ex. Crambe crambe, Cliona celata, Chondrosia reniformis, Spongia agaricina).

Segue-se a zona G.III povoada por espécies que toleram pouca luminosidade e que são verdadeiramente características de ambientes de gruta nomeadamente várias esponjas (ex. Hymedesmia versicolor, Corticium candelabrum, Phorbas tenacior) e corais (ex. Astroides calycularis, Caryophyllia inornata). No interior da gruta o mergulhador pode ainda encontrar diversas fendas em prateleira onde se pode avistar a lagosta-comum (Palinurus elephas). De salientar que no interior da gruta os fundos são essencialmente vasosos, enquanto no exterior da gruta os fundos são caracterizados por grandes blocos rochosos.

ACESSO

Embarcação

DISTÂNCIA DO PORTO

0,7 milhas náuticas /5 min.
(aprox.)

DIFICULDADE

Média/Elevada

DURAÇÃO MÉDIA

45/50 min.

PROF. MÁX.

25m

HABITAT

Gruta

INTERESSE PAISAGÍSTICO

Médio

INTERESSE BIOLÓGICO

Elevado

ESTATUTO DE
CONSERVAÇÃO

PMSACV/AMP; SIC

ESCAFANDRO AUTÓNOMO

REQUISITOS

Mergulhador Nível 2 – Mergulhador autónomo

 

Conservação

Esta zona requer medidas apropriadas de proteção por se integrar na Área Marinha Protegida (AMP) do Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PMSACV) (integrado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina – PNSACV) e ser considerada um potencial Sítio de Interesse Comunitário (SIC). Este habitat, como outros de Sagres, requer medidas apropriadas de proteção por constituir um habitat fragmentado e isolado, com ocorrência de espécies de profundidade raras na zona costeira, e por isso vulneráveis (UE_Diretiva Habitat).

ATENÇÃO: Devido à natureza desta área é necessário um cuidado adicional no controlo da flutuabilidade para garantir uma boa visibilidade e para não perturbar os organismos.

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